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Barómetro Económico KAIZEN™: Navegar na Mudança e Encarar um Futuro Incerto

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O mundo está fragmentado e tem sido alvo de uma avalanche de crises sem precedentes. Desde o agravamento da emergência climática à escalada de conflitos, a crise do custo de vida, o aumento das desigualdades, a disrupção tecnológica e até a crise da habitação, vários têm sido os constrangimentos aos quais as empresas têm sido sujeitas.

A mais recente edição do Barómetro Económico KAIZEN™ (out 2023), um estudo de opinião desenvolvido semestralmente pelo Kaizen Institute em Portugal, inquiriu mais de 250 gestores sobre estes e outros temas com impacto no contexto económico atual. Os inquiridos são administradores de médias e grandes empresas que atuam no mercado português e que no seu conjunto representam mais de 35% do PIB nacional. Estes partilharam a sua opinião quanto à evolução da economia e dos seus negócios, identificando os principais constrangimentos e desafios.  

Os principais desafios do contexto económico atual 

Atração e retenção de talento

Apesar dos diferentes constrangimentos aos quais as empresas têm sido sujeitas, 69% dos empresários voltou a destacar os desafios relacionados com a atração e retenção de talento, como um dos temas mais relevantes. Para tentar minimizar o impacto negativo do turnover, as organizações devem agilizar e acelerar os seus processos de recrutamento e onboarding, assim como, garantir uma curva de aprendizagem vertical. Além disso, basear as decisões relacionadas com os Recursos Humanos em dados, para garantir uma tomada de decisão mais informada e que contribua para a otimização da employee experience, assim como, formar líderes de excelência, podem ser outros importantes eixos na retenção e contratação de profissionais.

Subida das taxas de juro

Por outro lado, a subida das taxas de juro continua a ser um tema crítico para 40% dos inquiridos e a inflação representa uma das outras grandes preocupações (39%) sendo por isso necessário que as empresas se mantenham competitivas e focadas em garantir a excelência operacional. Para isto, é importante apostar na otimização dos processos existentes para reduzir custos, aumentar a produtividade global, automatizar tarefas, melhorar o rendimento das matérias-primas e a qualidade e, finalmente, reduzir os lead times.

Como o tecido empresarial português está a colmatar estes desafios

Ainda neste contexto, 83% dos empresários afirma que a redução de custos e o aumento da eficiência é uma das principais iniciativas que está a ser levada a cabo para colmatar a subida das taxas de juro. Por outro lado, 21% dos empresários afirma que a diversificação de investimentos e a renegociação de dívidas são outras das grandes apostas.

Neste Barómetro, foi também abordado o Orçamento do Estado, relativamente ao qual 80% dos inquiridos destaca a redução da carga fiscal das empresas como uma das medidas mais importantes a implementar. Por outro lado, 57% acredita que a melhor aposta é a redução de impostos para consumidores.

Os empresários também se manifestaram relativamente ao “Pacto Social” que a Confederação Empresarial de Portugal propôs ao Governo, no qual uma das medidas designadas, é o pagamento voluntário pelas empresas do 15.º mês aos trabalhadores, isento de contribuições e impostos. Aqui, 43% dos inquiridos afirma que esta é uma boa forma de recompensar o trabalhador sem sobrecarregar as empresas com impostos e contribuições adicionais. Por outro lado, 41% dos empresários, acredita que existem outras formas mais eficazes de apoiar os colaboradores sem comprometer a saúde financeira das empresas.

As perspetivas de crescimento empresarial

No que diz respeito ao crescimento, apesar da volatilidade e da instabilidade às quais os mercados têm sido sujeitos, 2023 parece ser um ano positivo e 70% dos inquiridos preveem que as suas empresas cumpram ou ultrapassem os objetivos estabelecidos. Ainda neste campo, 55% dos empresários estima que, nos próximos três anos, a sua empresa registe um crescimento do volume de negócios entre 5% e 15%. Apenas 9% das respostas aponta que o crescimento deverá ser nulo ou negativo. Para auxiliar este crescimento, pode também contribuir o volume de exportações, sendo, neste âmbito, a União Europeia o mercado de aposta para 61% dos inquiridos. Os Estados Unidos da América ficam em 2º lugar nesta equação, com 28% dos votos.

O foco no ESG e a revolução digital

A crescente importância da sustentabilidade

Os fatores ESG são cada vez mais importantes para os investidores e empresas, à medida que a sustentabilidade e as práticas corporativas responsáveis se tornam mais críticas para os consumidores, reguladores e stakeholders. Ao considerar os fatores ESG na tomada de decisão, os investidores e as organizações podem gerir melhor os riscos, fomentar a criação de valor a longo prazo e contribuir para um mundo mais sustentável e equitativo.

Os empresários portugueses parecem estar cada vez mais conscientes da importância da sustentabilidade e da responsabilidade social corporativa e 46% dos inquiridos assumem que o compromisso com os objetivos ambientais é a principal prioridade da sua empresa em relação às políticas ESG. Esta ação indica que as empresas estão a tomar medidas para proteger a biodiversidade, prevenir a poluição, promover a economia circular e garantir o bom estado dos recursos hídricos e marinhos. Isto demonstra uma consciência crescente do impacto ambiental das operações empresariais e um desejo de minimizar esses efeitos.

Por último, 30% dos inquiridos ainda mencionou a mitigação das alterações climáticas como uma prioridade. Isto sugere que as organizações estão a reconhecer a sua responsabilidade na redução das emissões de gases com efeito de estufa e em tomar medidas para combater as alterações climáticas.

O papel da transformação digital e da análise de dados

No que toca às temáticas de transformação digital, a análise de dados avançada assumiu um papel cada vez mais importante para as empresas no sentido de ajudar a descobrir insights, otimizar processos e impulsionar a tomada de decisões informadas. Contudo, 36% das empresas admite que não tem conhecimento sobre ou utiliza sistemas de process mining ou MES (ferramentas usadas para recolher e processar dados dos processos em tempo real e impulsionar melhorias nos mesmos). É importante relembrar que a Revolução Digital está a mudar as regras do jogo e para alcançar um desempenho de excelência e acelerar os esforços de melhoria contínua, as empresas devem associar os melhores sistemas à tecnologia emergente. É necessário repensar o modelo de implementação de projetos digitais para que estes assegurem não só o alinhamento com a solução de gestão, mas também a otimização dos fluxos e a gestão da mudança. Para dar início a esta revolução, o foco deve estar nas pessoas, nos processos e nos dados.

A análise de dados tem inúmeros benefícios para as organizações e com uma estratégia de Data Analytics assertiva, é possível aumentar a produtividade, reduzir custos, otimizar processos, melhorar a experiência do cliente, identificar insights acionáveis entre muitas outras iniciativas.  O modelo KAIZEN™️ incentiva o uso de abordagens e ferramentas baseadas em dados para monitorizar e otimizar parâmetros de processo através de análises avançadas, controlo estatístico de processo e rastreamento em tempo real, permitindo identificar variações de processo, reduzir desperdícios, melhorar o rendimento e a qualidade, e otimizar a utilização de recursos.

Otimizar e eliminar o desperdício antes do início do processo de transformação digital é onde a metodologia KAIZEN™ desempenha um papel ainda mais relevante. Antes da introdução de soluções tecnológicas avançadas, os processos devem estar altamente otimizados. A simplificação e desenvolvimento da aptidão das equipas para melhorar de forma contínua são os alicerces para uma evolução digital sólida.

A inovação, a melhoria da força de vendas e a formação dos colaboradores como as principais alavancas de crescimento das organizações

Os empresários destacaram as 3 principais estratégias de crescimento nas quais pretendem apostar no próximo ano, tendo colocado o lançamento de novos produtos e/ou serviços (51%) no pódio das prioridades, o que reflete a necessidade de adaptar constantemente a oferta à evolução permanente das necessidades do mercado.

Além disso, a melhoria da força de vendas (33%) também foi destacada como uma estratégia relevante, o que sugere que as empresas estão a procurar alternativas para melhorar as suas vendas e alcançar um público mais abrangente.

Por fim, a formação avançada/executiva dos colaboradores (32%) foi outra das estratégias sugeridas, o que indica o reconhecimento da importância do desenvolvimento de competências e da formação contínua para o sucesso empresarial. Em resumo, apostar na formação executiva é um investimento no sucesso a longo prazo de uma empresa e na capacitação dos seus líderes para liderar com excelência.

Conclusões finais do estudo  

Perante um cenário de ameaças multifacetadas, é inegável a necessidade de um equilíbrio mais acentuado entre a resiliência das sociedades e a colaboração global. É crucial definir uma rota para superar as crises recorrentes que temos enfrentado e estabelecer uma agilidade coletiva para qualquer eventualidade global futura.

É igualmente importante realçar a excelência operacional, pois ela, por si só, não assegura liderança: é importante procurar novas formas de satisfazer os clientes, seja pela capacidade de derrubar a concorrência, seja pelos fenómenos externos que nos obrigam a adaptar, seja pela necessidade de entender as rápidas mudanças que ocorrem nas necessidades dos clientes. É essencial possuir um ‘radar’ que identifique e concretize oportunidades. Os líderes devem reconhecer a complexidade e agir com uma perspetiva equilibrada para trabalhar num futuro mais robusto e próspero.

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